quarta-feira, 29 de junho de 2011

ASCENÇÃO E QUEDA DO FEUDALISMO



Conforme tratado anteriormente, desde a queda do Império Romano do Ocidente e início das invasões bárbaras, a estrutura social foi sendo modificada até culminar no Feudalismo, resultante da articulação entre valores romanos, germânicos e católicos.
A Igreja Católica fortaleceu-se grandemente, ocupando uma posição social e poderio inéditos até então. O cristianismo primitivo fora substituído, originando uma instituição hierárquica cujo líder máximo, o papa, exercia domínio político e social soberano, tal como o rei. O clero, assim como os nobres, eram isentos de impostos e administravam os bens doados à Igreja, cujo patrimônio cresceu vertiginosamente.
Tal poderio sobre o comportamento e pensamento social exercido pela Igreja Católica na Idade Média pode ser em parte explicado pelo desaparecimento das instituições de Estado presentes no Império Romano. Após a sua decadência, a Igreja aliançou-se às dinastias germânicas conquistadoras e assumiu o papel das instituições públicas, cabendo a esta a educação, julgamento, aplicação de leis, controle de informações e da economia, não cabendo a nenhum outro setor, contestação.
O poder do Rei, no sistema feudal, estava enfraquecido, pois apesar deste ser considerado como o susserano maior, cada feudo possuía um susserano ou senhor que contava com a lealdade de seus vassalos e servos, descentralizando o poder e fortalecendo o poder regional. Os vassalos, em troca de terras, juravam ao seu susserano lealdade política e militar. Neste período não existia uma moeda única para todo o reino, nem um exército nacional, mas somente exércitos locais a serviço dos senhores feudais. Em troca das terras aos nobres, os reis podiam dispor do apoio militar destes, em caso de necessidade.
Aos servos, somente cabia a aceitação do regime de colonato, devendo o mesmo em troca da propriedade que recebia, cultivar também as terras de seu senhor e entregar a este parte de sua produção pessoal, além do pagamento de impostos.
Após séculos de dominação do sistema feudal, por volta do século XIII este passou a apresentar sinais de saturação, principalmente frente as crises que se abateram na Europa neste período. Dentre tais fatores podemos citar o aumento demográfico oriundo do relativo momento de paz vivido pelos reinos frente à invasões de outros povos, necessitando de maior quantidade de terras cultiváveis para abastecimento das populações. Muitos servos oriundos de famílias muito numerosas passaram a cultivar terras comuns, como as florestas e pântanos (arroteamento), porém apesar do aumento de terras cultiváveis e melhoria das técnicas agrícolas, houve uma crise agrícola no final do século XIII, tão severa que sementes deixaram de encontradas.
Aliado à crise agrícola, a Europa foi assolada pela peste negra entre os anos de 1348 e 1349, levando a uma baixa demográfica de cerca de 1/3 da população. Devido às crises, fome e péssimas condições enfrentadas, a sociedade entrou em colapso. Os servos, já castigados pelas dificuldades relativas à sua condição social, frente ao aumento de exigências senhoriais e dos preços, rebelaram-se em várias partes da Europa, exigindo melhores condições de subsistência. Em paralelo, as duras condições de vida do campo, fez com que muitos camponeses fossem atraídos pela atividade comercial como forma de melhorar suas condições. Grandes feiras surgiram, e atividades financeiras antes estagnadas como troca de dinheiros, financiamentos e empréstimos voltaram a fazer parte da rotina das cidades que foram ganhando cada vez maior importância econômica e surgiram movimentos de emancipação das mesmas, pois estas ainda estavam ligadas ao feudo.  
Frente às mudanças sociais experimentadas por toda a Europa, à expansão do comércio, bem como para controlar as revoltas populares que surgiam e a devastação provocada pelas epidemias, os comerciantes, agora fortalecidos, cobravam ações mais enérgicas e centralizados de seus soberanos. Inicia-se então os processos de centralização do poder e início das monarquias nacionais.

terça-feira, 28 de junho de 2011

QUEDA DO IMPÉRIO ROMANO


Com este termo, faz-se referência apenas ao Império Romano do Ocidente, uma vez que o Império Romano do Oriente, posteriormente conhecido como Império Bizantino, somente teve sua decadência com a Queda de Constantinopla, cerca de 1000 anos após, em 1453.
A “pax romana” estabelecida por Augusto (ou Otaviano) foi um extenso período de paz em Roma, iniciada com o fim das Guerras Púnicas (contra Cartago pelo domínio comercial do Mediterrâneo), de modo que as medidas adotadas pelo Império possibilitaram minimizar os focos de conflitos internos entre as classes sociais (patrícios e plebeus) e conflitos externos com a adoção de exércitos permanentes nas colônias e fronteiras, evitando a incursão de povos bárbaros além de coibir, nestas áreas, práticas abusivas impetradas por cobradores de impostos.
Como modo de apaziguar os ânimos da crescente população desempregada, Augusto instaurou a política do “Pão e Circo”, oferecendo à plebe (ou proletários – pequenos proprietários de terra que as tiveram de entregar como pagamento de impostos ao governo e que não conseguiam empregos nas cidades) alimentação e espetáculos como meio de entreterimento. A alta taxa de desemprego nas cidades romanas deveu-se ao excessivo número de escravos, oriundos dos povos conquistados no período de expansão do Império Romano e que foram utilizados como mão de obra predominante.
Entretanto, apesar das ações adotadas neste período somente o patriciado mostrou-se favorável ao sistema empregado. Guerras Servis organizadas por escravos (sendo a liderada por Espártaco a mais conhecida e a de maior duração) e o descontentamento da plebe pela super exploração sob a forma de altíssimos impostos para manutenção do império, associados à demais fatores sociais e econômicos oriundos do fim da expansão (redução das riquezas oriundas de saques e pilhagens, da anexação de territórios, do afluente de escravos) aliados a crescente corrupção dos governantes, levaram a uma crise de valores e econômica, enfraquecendo o império e favorecendo as invasões germânicas.
Enfraquecido, o Império Romano dividiu-se em dois: do Ocidente e do Oriente, porém em 476 o Império do Ocidente encontrou seu fim sob o domínio germânico. Diante da crise econômica, os trabalhadores desempregados e amedrontados, seguiram os nobres romanos que deixaram as cidades e passaram a fixar-se no campo, a fim de produzir eles mesmos os bens necessários a sua sobrevivência. Em troca do trabalho, os servos recebiam dos seus senhores proteção contra os povos bárbaros e uma terra para cultivar em benefício próprio.
Criadas estavam as bases do Feudalismo, que vigoraria por muitos séculos na Europa, e que baseou-se na auto-suficiência dos pequenos territórios economicamente independentes (feudos). Enfraquecido, o Império Romano dividiu-se em dois: do Ocidente e do Oriente, e no ano de 476 o Império do Ocidente encontrou seu fim sob o domínio germânico.

SOBRE O CRISTIANISMO:
Alega-se que uma das causas da queda do Império Romano teria sido o avanço do Cristianismo. Muito mais do que uma questão religiosa, este fato teve maior repercussão política, uma vez que o cristianismo primitivo pregava ideais que se contrapunham ao regime imperial. A nova religião pregava o pacifismo, enquanto que o império era sustentado pela guerra. Acreditando na igualdade entre os homens, os primeiros cristãos mostraram-se contrários à escravidão e dominação romana.
Porém, o mais grave dos confrontos estabeleceu-se em relação ao alvo de adoração. Enquanto os cristãos primitivos defendiam a adoração a um único Deus, diferentemente da religião politeísta cultural de Roma, estes ainda entravam em choque político com os valores do império que sustentavam a idéia de um imperador supremo.
Logo, pode-se dizer que a perseguição aos cristãos em Roma teve um caráter muito mais político do que religioso, propriamente dito.

CRONOGRAMA DE ESTUDOS

Apresentação dos tópicos cobrados na UERJ e a previsão para cumprimento de cada tópico.

1. Construção e apogeu da modernidade ocidental (XV-XVI) - JULHO
Expansão marítima e comercial europeia: entre o Mediterrâneo e o Atlântico
Os processos de consolidação da expansão europeia na América, África e Ásia: resistência, aceitação e assimilação
As sociedades ameríndias e africanas
O Brasil colonial: estrutura social, política, econômica e cultural
Mercantilismo: práticas e discussões teóricas
Formação do Estado Moderno europeu: os casos de Portugal, Espanha, França e Inglaterra
Reformas religiosas: entre a mudança e a conservação
Humanismo e Renascimento: manifestações artísticas, filosóficas e intelectuaisOs modelos clássicos de Antigo Regime: França e Inglaterra


2. Consolidação e crise do Antigo Regime (XVII-XVIII) - AGOSTO
As Revoluções Inglesas: origens, motivos e desdobramentos
A Revolução Científica: características, possibilidades e limites
Ilustração e Despotismo Esclarecido: os modelos clássicos e suas realizações
Críticas ao Mercantilismo: fisiocracia e liberalismo
A Revolução Industrial: conceito, fatores, desdobramentos e a cultura do capitalismo
A crise do Antigo Regime e a Revolução Francesa
O sistema colonial em questão: a Independência das 13 Colônias, a revolução no Haiti, a Inconfidência Mineira e a Conjuração Baiana
A expansão napoleônica na Europa e a corte portuguesa nos trópicos

3. O longo século XIX (1815-1914) - SETEMBROA independência das Américas Espanhola e Portuguesa
Restauração e revoluções na Europa e na América: 1820 a 1848
A consolidação do Brasil independente: política, economia, sociedade e cultura entre a tradição e a modernidade
A consolidação capitalista dos Estados Unidos: a Guerra de Secessão, a expansão geográfica e a política em relação à AméricaLatina e à Ásia
Romantismo, Realismo, nacionalismo e a construção do Estado-Nação
O desenvolvimento desigual do capitalismo no final do século XIX: transformações econômicas e tecnológicas e as relações centro-periferia
O movimento operário e as novas ideias: socialismo, anarquismo, comunismo e o pensamento social-católico
O Brasil da monarquia à república: Guerra do Paraguai, crise do escravismo, imigração, liberalismo, positivismo e questão republicana
A questão popular na transição para a república no Brasil: trabalhadores, camponeses e manifestações populares
Oligarquias e sociedades agroexportadoras nas Américas; Argentina, Brasil e MéxicoA guerra em dois movimentos: 1914-1918/1939-1945
 
 4. O tempo da Guerra Total (1914-1945) - OUTUBRO
Os acordos de paz e os processos de consolidação da hegemonia norte-americana
Ideologias em movimento, reformas e revoluções: a Revolução Russa, a Revolução Alemã, a Guerra Civil Espanhola, a emergência dos fascismos e os nacionalismos
A sociedade liberal: a crise de 1929, o New Deal e os modelos de intervenção estatal na Europa e nas Américas
Crise das oligarquias: Estado e industrialização na América Latina: Argentina, Brasil e México
Vanguardas e modernismos: literatura, artes plásticas, cinema e arquitetura 
 
5. Da Guerra Fria ao mundo do tempo presente (1945-2001) - NOVEMBRO

Guerra Fria: conceituação e consequências nas sociedades do pós-guerra
Nacionalismo, terceiro-mundismo e anticolonialismo
Desenvolvimento e industrialização na América Latina
As ditaduras civil-militares na América Latina: modelo, constituição, natureza e transições democráticasAs redemocratizações tardias na Europa: Portugal, Espanha e Grécia
As sociedades afro-asiáticas contemporâneas: Oriente Médio, África do Sul, Japão e China
Os movimentos contestatórios dos anos 60 e 70: hippies, Panteras Negras, revolução sexual, pacifismo e movimentosecológicos
Desenvolvimento e declínio das sociedades industriais: Europa e Estados Unidos
Apogeu e crise do socialismo real
A formação dos blocos culturais e econômicos: a União Europeia e o Mercosul
Movimentos hegemônicos e contra-hegemônicos no mundo contemporâneo: as manifestações antiglobalização, o ressurgimento dos nacionalismos, secularização e religiosidade 
Vamos "embarcar" nesta viagem?


LIVROS UTILIZADOS


Como forma de otimizar o tempo e percorrer todo o conteúdo da matéria proposto pela banca da UERJ, resolvi montar um cronograma de estudos, para não perder tempo demais com certos temas (o que é fato, eu sou especialista) e abandonar ou correr com outros. Decidi que esse momento de estudo será prazeroso, acima de tudo, então além dos livros que tenho em mãos e dos for adquirindo ao longo dos meses, a internet será minha "companheira de aventuras", porém quando a informação vier dela vou deixar claro a fonte, combinado?

Primeiramente, vou apresentar os livros que estou utilizando:
- História do Brasil - Boris Fausto (Ed. USP - 1998)
- História do Brasil no contexto da História Ocidental - Luiz Koshiba e Denise Pereira (Ed. Atual - 2007)
- História: Uma abordagem integrada - Nicolina Petta e Eduardo Ojeda (Ed. Moderna - 1999)
- Américas - Uma introdução histórica - Luiz Koshiba e Denise Pereira (Ed. Atual - 1992)
- História: Passado e Presente - vol. 3 e vol. 4 - Sonia Carmo e Eliane Couto (Ed. Atual - 1997)



 

sexta-feira, 17 de junho de 2011

PROCURADO


Estou à procura deste livro de ensino médio: "História do Brasil no contexto da história ocidental", 8a edição, dos autores Luiz Koshiba e Denise Pereira para compra no Rio de Janeiro.

Se alguém tiver o livro e interesse em repassá-lo ou conhecer algum sebo que o tenha, por favor, deixe um comentário. Ficarei muitíssimo grata!!!!!

Nova Etapa na UERJ : Específicas




Este blog foi criado unicamente para facilitar o meu estudo de específicas para o vestibular da UERJ (2012) que apesar de ainda não ter a data marcada para a prova, criando a dificuldade em planejar um cronograma mais certinho para os tópicos, uma coisa é certa: Já está na hora de começar a estudar.



A idéia do blog, inicialmente, foi de, ao escrever, memorizar melhor os tópicos cobrados na prova, porém logo surgiu uma nova função. Ao mesmo tempo, posso treinar a redação, outra matéria igualmente importante.



Sendo assim, fiquem a vontade para fazer qualquer comentário sobre as postagens e acréscimo/contestação de conteúdo. Vou tentar deixar evidenciado sempre as fontes que utilizei para cada tópico.



No mais, sejam todos bem vindos e bom vestibular a todos!!!!