terça-feira, 28 de junho de 2011

QUEDA DO IMPÉRIO ROMANO


Com este termo, faz-se referência apenas ao Império Romano do Ocidente, uma vez que o Império Romano do Oriente, posteriormente conhecido como Império Bizantino, somente teve sua decadência com a Queda de Constantinopla, cerca de 1000 anos após, em 1453.
A “pax romana” estabelecida por Augusto (ou Otaviano) foi um extenso período de paz em Roma, iniciada com o fim das Guerras Púnicas (contra Cartago pelo domínio comercial do Mediterrâneo), de modo que as medidas adotadas pelo Império possibilitaram minimizar os focos de conflitos internos entre as classes sociais (patrícios e plebeus) e conflitos externos com a adoção de exércitos permanentes nas colônias e fronteiras, evitando a incursão de povos bárbaros além de coibir, nestas áreas, práticas abusivas impetradas por cobradores de impostos.
Como modo de apaziguar os ânimos da crescente população desempregada, Augusto instaurou a política do “Pão e Circo”, oferecendo à plebe (ou proletários – pequenos proprietários de terra que as tiveram de entregar como pagamento de impostos ao governo e que não conseguiam empregos nas cidades) alimentação e espetáculos como meio de entreterimento. A alta taxa de desemprego nas cidades romanas deveu-se ao excessivo número de escravos, oriundos dos povos conquistados no período de expansão do Império Romano e que foram utilizados como mão de obra predominante.
Entretanto, apesar das ações adotadas neste período somente o patriciado mostrou-se favorável ao sistema empregado. Guerras Servis organizadas por escravos (sendo a liderada por Espártaco a mais conhecida e a de maior duração) e o descontentamento da plebe pela super exploração sob a forma de altíssimos impostos para manutenção do império, associados à demais fatores sociais e econômicos oriundos do fim da expansão (redução das riquezas oriundas de saques e pilhagens, da anexação de territórios, do afluente de escravos) aliados a crescente corrupção dos governantes, levaram a uma crise de valores e econômica, enfraquecendo o império e favorecendo as invasões germânicas.
Enfraquecido, o Império Romano dividiu-se em dois: do Ocidente e do Oriente, porém em 476 o Império do Ocidente encontrou seu fim sob o domínio germânico. Diante da crise econômica, os trabalhadores desempregados e amedrontados, seguiram os nobres romanos que deixaram as cidades e passaram a fixar-se no campo, a fim de produzir eles mesmos os bens necessários a sua sobrevivência. Em troca do trabalho, os servos recebiam dos seus senhores proteção contra os povos bárbaros e uma terra para cultivar em benefício próprio.
Criadas estavam as bases do Feudalismo, que vigoraria por muitos séculos na Europa, e que baseou-se na auto-suficiência dos pequenos territórios economicamente independentes (feudos). Enfraquecido, o Império Romano dividiu-se em dois: do Ocidente e do Oriente, e no ano de 476 o Império do Ocidente encontrou seu fim sob o domínio germânico.

SOBRE O CRISTIANISMO:
Alega-se que uma das causas da queda do Império Romano teria sido o avanço do Cristianismo. Muito mais do que uma questão religiosa, este fato teve maior repercussão política, uma vez que o cristianismo primitivo pregava ideais que se contrapunham ao regime imperial. A nova religião pregava o pacifismo, enquanto que o império era sustentado pela guerra. Acreditando na igualdade entre os homens, os primeiros cristãos mostraram-se contrários à escravidão e dominação romana.
Porém, o mais grave dos confrontos estabeleceu-se em relação ao alvo de adoração. Enquanto os cristãos primitivos defendiam a adoração a um único Deus, diferentemente da religião politeísta cultural de Roma, estes ainda entravam em choque político com os valores do império que sustentavam a idéia de um imperador supremo.
Logo, pode-se dizer que a perseguição aos cristãos em Roma teve um caráter muito mais político do que religioso, propriamente dito.

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