terça-feira, 5 de julho de 2011

RENASCIMENTO CULTURAL E HUMANISMO


O Renascimento Cultural constitui-se como um processo de muitas mudanças pelo qual passaram as artes, o pensamento e o conhecimento científico durante a transição do feudalismo para o capitalismo.
Sua origem encontra-se nos questionamentos de ordem intelectual de vários pensadores  buscavam na retomada da cultura clássica grega e romana a ampliação de seus conhecimentos em vários temas em contraposição à passiva aceitação pela fé, conforme preceituado pela Igreja. A preocupação com os temas ligados à vida humana identificou o movimento como Humanista  e pela busca da razão sobre a fé - Racionalismo.
O Humanismo buscava a valorização da humanidade, porém não representou uma ruptura com a Igreja. Não modificou os dogmas estabelecidos, mas a forma como estes se relacionavam: o mundo deixou de ser um lugar de sofrimento para a criação divina, tornando-se um local onde o homem deveria ser feliz (hedonismo), usufruindo dos benefícios de tudo que lhe rodeia, inclusive do próprio corpo.
Algumas situações foram determinantes para a difusão de tais idéias pela Europa, como por exemplo a invenção da imprensa e a recuperação dos textos clássicos antigos.
O Renascimento, entretanto, não fora um movimento experimentado por toda a sociedade de forma igualitária. Importante ressaltar a sua característica urbana e essencialmente elitista. Suas obras somente estavam ao acesso das elites da época e seus pensadores ou eram muito ricos ou eram patrocinados por alguém de grande poder econômico (burgueses, clero ou nobreza). Grande parcela da população ficou à margem deste movimento.
Dentre as características culturais do Renascimento podemos citar a retomada da cultura clássica produzida pelos gregos e romanos na Idade Antiga, vistas tais obras como portadoras de reflexões e conhecimentos a serem redescobertos. Também característica foi o Antropocentrismo, não opondo o homem a Deus, mas valorizando as pessoas em si, tornando o homem “a medida de todas as coisas”.
O ideal da Universalidade também é próprio deste movimento, uma vez que para os renascentistas, o ideal era a obtenção do conhecimento e aprendizado de tudo o que se conhece. Leonardo da Vinci foi o mais próximo deste ideal de ser humano a ser alcançado, haja vista o seu domínio nas mais diversas áreas de conhecimento, dentre as quais artes, astronomia, mecânica, anatomia...
Condenado pela igreja católica, o Renascimento experimentou um distanciamento benéfico daquela instituição, o que permitindo um aprofundamento do conhecimento científico. A sua principal contribuição foi o desenvolvimento da investigação e experimentação, avançando assim o conhecimento conquistado.
Em resumo: a época clássica que via na razão algo a ser atingido e cultivado, buscava um equilíbrio, entre a inspiração e a forma, com um otimismo em relação ao presente e futuro da humanidade. Algo que explica a saga dos portugueses que adentraram no mar em busca de novas descobertas, cientes de suas missões como parte do desenvolvimento de sua pátria. Não obstante, devê-se lembrar que esta transição foi um período complexo diante do choque que crenças entre o antigo e o novo pensamento. (Gaia Cultural - http://movimentoculturalgaia.wordpress.com/2010/03/30/renascimento-e-o-mundo-se-abriu/)
Principais nomes do Renascimento
Nas artes: Sandro Botticelli (cenas mitológicas e religiosas – Nascimento da Venus e Primavera), Leonardo da Vinci (A Ultima Ceia e Mona Lisa), Michelangelo Buonarroti (incorporou movimento e sentimento as obras – Piètá, Moisés e Davi, pinturas da capela cistina), Rafael (imagens sacras – a Virgem com o Menino e A Escola de Atenas).
Na literatura: Dante Alighieri (pré-renascentista - Divina Comédia), Giovanni Boccaccio (Decameron), François Rabelais (Gargantua e Pantagruel – sátira ao clero e dogmas católicos), Luís de Camões (Os Lusíadas), Miguel de Cervantes (Dom Quixote – impossibilidade de manutenção do pensamento e valores medievais frente ao mundo burguês), William Shakespeare (Romeu e Julieta, Hamlet, Macbeth..).
Nas ciências: Leonardo da Vinci e Copérnico
Pensadores: Erasmo de Roterdã (Países Baixos - Elogio da Loucura – críticas aos poderes), Nicolau Maquiavel (italiano - o Príncipe – diretrizes do Estado Moderno), Thomas Morus (inglês - crítica a sociedade – Utopia).

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