quarta-feira, 17 de agosto de 2011

BRASIL: COLÔNIA DE EXPLORAÇÃO


Ao contrário dos espanhóis os portugueses não encontraram, logo de início, no Brasil minas de metais preciosos, porém era necessário implantar na colônia uma prática econômica que gerasse lucros para a Coroa. Portugal havia perdido o monopólio do comércio com o Oriente para a Holanda e encontrou no açúcar uma fonte de lucro imediato.

Desde a instalação das capitanias hereditárias, os donatários eram obrigados a fornecer sesmarias, ou seja, terras para promover o efetivo povoamento da colônia àqueles que comprovassem dispor de recursos para tornar a terra produtiva. Ao sesmeiro cabia a propriedade da terra, com a isenção de dependência pessoal, inexistindo portanto a relação feudal de servo-senhor. Ao sesmeiro cabia também ocupar efetivamente a terra e fazê-la produzir sob pena de perder a concessão. Assim surgiram os grandes engenhos.

O cutivo da cana de açúcar tornou-se uma alternativa bastante lucrativa para a ocupação econômica da terra. Portugal já tinha experiência em tal cultivo adquirida nas ilhas do Atlântico, então associados aos holandeses, iniciou-se a agricultura de exploração açucareira. O Brasil produzia o açúcar e a Holanda o refinava e distribuía na Europa, gerando grandes lucros aos dois Estados.

A agricultura canavieira tinha um caráter extensivo: o crescimento se dava pela incorporação de novas terras e não pela melhoria de cultivo, o que acabou por desertificar várias áreas. Além da cultura da cana, passou ainda a ser desenvolvida a do tabaco, vendido na Europa e utilizado como moeda de troca por escravos na África, crescendo tais lavouras na mesma dimensão da necessidade de escravos.

De início, os povoadores incentivaram os indígenas a produzir alimentos que eram trocados por produtos europeus. Nas cidades, a falta de mantimentos também era frequente o que levou ao surgimento de lavouras dedicadas à produção de gêneros alimentícios, cujo cultivo era realizado em pequenas propriedades.

A pecuária foi um setor bastante expressivo, cuja origem remete ao governo de Tomé de Souza. O gado era utilizado como força de tração, porém com o gradual aumento dos rebanhos, o gado passou ainda a ser utilizado na produção de couro e como fonte de alimento. Uma grande vantagem atribuída a pecuária foi a interiorização do processo colonizador, uma vez que os deslocamentos do gado obrigaram seus criadores a penetrar no sertão em busca de pasto.

Na pecuária predominou o trabalho livre, porém na lavoura era predominante a mão-de-obra escrava, primeiro do indígena, porém devido aos diferentes modos de produção dos colonizadores e dos nativos, que não produziam para gerar excedentes e da constante oposição dos jesuítas, adotou-se o trabalho escravo do negro africano. Porém de todas as razões para a decisão da utilização do negro como escravo, a principal foi o fato do tráfico negreiro render vultuosos lucros para a metrópole portuguesa e para os comerciantes.

Também existiam nos engenhos, em pequeníssima escala, trabalhadores assalariados, como era o caso dos feitores, mestres do açúcar e capitães-do-mato.


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