Ao contrário dos espanhóis os portugueses não encontraram, logo de início, no Brasil minas de metais preciosos, porém era necessário implantar na colônia uma prática econômica que gerasse lucros para a Coroa. Portugal havia perdido o monopólio do comércio com o Oriente para a Holanda e encontrou no açúcar uma fonte de lucro imediato.
Desde a instalação das capitanias hereditárias, os donatários eram obrigados a fornecer sesmarias, ou seja, terras para promover o efetivo povoamento da colônia àqueles que comprovassem dispor de recursos para tornar a terra produtiva. Ao sesmeiro cabia a propriedade da terra, com a isenção de dependência pessoal, inexistindo portanto a relação feudal de servo-senhor. Ao sesmeiro cabia também ocupar efetivamente a terra e fazê-la produzir sob pena de perder a concessão. Assim surgiram os grandes engenhos.
O cutivo da cana de açúcar tornou-se uma alternativa bastante lucrativa para a ocupação econômica da terra. Portugal já tinha experiência em tal cultivo adquirida nas ilhas do Atlântico, então associados aos holandeses, iniciou-se a agricultura de exploração açucareira. O Brasil produzia o açúcar e a Holanda o refinava e distribuía na Europa, gerando grandes lucros aos dois Estados.
A agricultura canavieira tinha um caráter extensivo: o crescimento se dava pela incorporação de novas terras e não pela melhoria de cultivo, o que acabou por desertificar várias áreas. Além da cultura da cana, passou ainda a ser desenvolvida a do tabaco, vendido na Europa e utilizado como moeda de troca por escravos na África, crescendo tais lavouras na mesma dimensão da necessidade de escravos.
De início, os povoadores incentivaram os indígenas a produzir alimentos que eram trocados por produtos europeus. Nas cidades, a falta de mantimentos também era frequente o que levou ao surgimento de lavouras dedicadas à produção de gêneros alimentícios, cujo cultivo era realizado em pequenas propriedades.
A pecuária foi um setor bastante expressivo, cuja origem remete ao governo de Tomé de Souza. O gado era utilizado como força de tração, porém com o gradual aumento dos rebanhos, o gado passou ainda a ser utilizado na produção de couro e como fonte de alimento. Uma grande vantagem atribuída a pecuária foi a interiorização do processo colonizador, uma vez que os deslocamentos do gado obrigaram seus criadores a penetrar no sertão em busca de pasto.
Na pecuária predominou o trabalho livre, porém na lavoura era predominante a mão-de-obra escrava, primeiro do indígena, porém devido aos diferentes modos de produção dos colonizadores e dos nativos, que não produziam para gerar excedentes e da constante oposição dos jesuítas, adotou-se o trabalho escravo do negro africano. Porém de todas as razões para a decisão da utilização do negro como escravo, a principal foi o fato do tráfico negreiro render vultuosos lucros para a metrópole portuguesa e para os comerciantes.
Também existiam nos engenhos, em pequeníssima escala, trabalhadores assalariados, como era o caso dos feitores, mestres do açúcar e capitães-do-mato.
Nenhum comentário:
Postar um comentário