quinta-feira, 11 de agosto de 2011

MERCANTILISMO E EXPANSÃO MARÍTIMA



Mercantilismo deve ser entendido como o conjunto de teorias e práticas de intervenção econômica surgidas na Europa a partir do século XV. Envolvia concepções precisas acerca da produção manufatureira, da utilização da terra e, sobretudo, do poder do Estado. A intervenção do Estado deveria garantir o equilíbrio indispensável da balança comercial.
Dentre suas características podemos citar: BULIONISMO (nível de riqueza de um país identifica-se com o montante de metal amoedável entesourado), BALANÇA COMERCIAL FAVORÁVEL, PROTECIONISMO ALFANDEGÁRIO, DEFESA DA PRODUÇÃO NACIONAL, DESENVOLVIMENTO NACIONAL e INCENTIVO AO CRESCIMENTO DEMOGRÁFICO (a fim de formar um mercado de mão de obra grande o suficiente para baixar o custo do trabalho).
A prosperidade oriunda do comércio permitiu ao rei através do recolhimento de impostos, a manutenção das novas necessidades surgidas com a centralização do poder, dentre as quais os exércitos nacionais a serviço do rei e da defesa do Estado Nacional. A burgueessia, por sua vez, recebia proteção militar e política para avançar com o seu projeto econômico.

A expansão marítima levou mercadores a percorrer todo o planeta. Preocupada em desenvolver o comércio, buscando novas áreas para explorar e produtos para comercializar, a burguesia européia cruzou os mares.
A realização de tal aventura somente foi possível graças a criação do Estado nacional e à aliança entre rei e burguesia. A centralização política promovida pelo Estado Nacional permitia ao rei concentrar toda a máquina do Estado na criação de condições para o desenvolvimento tecnológico e para a preparação de técnicos e navegadores para concretizar a tarefa. O custo, entretanto, foi financiado pela burguesia.
As  cruzadas colocaram o Ocidente novamente em contato com o Oriente, criando o  gosto pelos produtos exóticos orientais no mercado europeu. Tal pressão pode ser rapidamente aproveitada pelos mercadores das cidades italianas, principalmente Gênova e Veneza.
Os mercadores de outros países buscaram quebrar tal monopólio, fator este que impulsionou as viagens marítimas, bem como o grande interesse em encontrar metais amoedáveis.
Antes de Bartolomeu Dias cruzar o Cabo da Boa Esperança, a posição geográfica das cidades italianas e ao sul da Alemanha proporcionava a estas grandes vantagens no domínio das rotas de comércio na Europa. A partir da descoberta de novos caminhos para a Índia, foram os países com costa voltada para o Atlântico que adquiram vantagem, tornando este oceano a área de comércio mais importante do mundo.
Após completar o ciclo oriental das navegações, atingindo as Índias, Portugal estabeleceu um império comercial no Oriente, rompendo com os bloqueios marítimos do Mediterrâneo imposto pelos turcos otomanos em 1453, quando estes tomaram a cidade de Constantinopla. Também rompeu-se o monopólio dos italianos no comércio das especiarias do Oriente (pimenta-do-reino, noz moscada, cravo,  canela).

Das idéias mercantilistas e da expansão marítima surgiu a valorização do SISTEMA COLONIAL.  Os governantes atribuíram maior importância a posse de colônias. Estas se tornaram um bem econômico disputadíssimo, pois funcionavam como importante retaguarda econômica da metrópole.

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