quinta-feira, 18 de agosto de 2011

UNIÃO IBÉRICA E SUAS CONSEQUÊNCIAS PARA O BRASIL


Em 1578, D. Sebastião, rei de Portugal, morreu na Batalha de Alcácer-Quibir, no norte da África em uma campanha militar contra os mouros. Assumiu o trono seu tio, o cardeal D. Henrique que faleceu dois anos depois sem deixar herdeiros. Com o fim da Dinastia de Avis, Felipe II, rei da Espanha, militarmente assumiu o trono, unindo os dois Estados em 1580. A nobreza e a burguesia apoiaram o novo monarca buscando manter seus interesses (manutenção dos privilégios da primeira e monopólio do tráfico negreiro e do exclusivismo comercial com as colônias pela segunda). Em 1581, Felipe II assinou o Juramento de Tomar, onde comprometia-se a não tratar Portugal como território conquistado e não interferiria na administração já implantada no Brasil, bem como conservar as leis, os costumes e o idioma português.

Entretanto, de imediato, Portugal herdou todos os inimigos da Espanha, dentre os quais Inglaterra, França e Holanda, sendo esta última a mais temível.

Para o Brasil, a União Ibérica representou um aumento no poderio do provedor-mor (cuidador das finanças), com o objetivo de diminuir a corrupção e os abusos na arrecadação; criação do Tribunal de Relações de Salvador (1587) e do estado do Maranhão (1621) na tentativa de melhor combater as incursões estrangeiras.

Dentre os inimigos da Espanha estava principalmente a Holanda, antiga possessão espanhola de grande prosperidade econômica e religião predominante calvinista. Com a subida ao poder de Felipe II, que pôs fim a tolerância religiosa que até então existia nos Países Baixos, eclodiram diversas revoltas, inicialmente contidas com forte repressão política e confisco dos bens, porém em 1581, as províncias do Norte formaram a União de Utrech enão mais reconheceram a autoridade do monarca espanhol, contando com forte apoio da Inglaterra e tornando-se uma nação independente.

Portugal mantinha com a Holanda estreitas relações comerciais, sendo inclusive tal nação a responsável pelo refino e distribuição do açúcar brasileiro. Porém, a Espanha havia estabelecido medidas restritivas ao comércio com os Países Baixos durante a guerra, levando os mercadores de Amsterdã a buscarem atuar diretamente nas Índias.

Em 1595, a Holanda conseguiu atingir o centro de produção de especiarias, criando um canal direto com o Oriente e estabelecendo forte concorrência com os produtos vindos pelas rotas portuguesas. Em retaliação, Felipe II proibiu o comércio espanhol com a Holanda.

Em 1602, a Companhia das Índias Orientais foi criada pelos holandeses, estabelecendo o monopólio no mercado das especiarias e impondo uma importante derrota econômica ao rei espanhol. O êxito dessa experiência induziu os holandeses, em 1621, a criarem a Companhia das Índias Orientais a quem foi concedido o monopólio do tráfico de escravos, da navegação e do comércio na África e América. A esta companhia também deve-se a decisão de conquistar o nordeste açucareiro no Brasil




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